CEGUEIRA
Estou perdido e em busca da fagulha
que amanse o coração desalentado,
alguma solução a quem vasculha
escombros do guerreiro deformado.
Às gargalhadas, meu algoz se orgulha
e nem consigo ver do rosto, ao lado,
o dente pontiagudo feito agulha
querendo as jugulares, tresloucado.
Um breu assustador, a nostalgia
completam meu flagelo na enxovia
cercada de paredes consistentes.
Nas mãos tateio os calos que esta sorte
forjaram, pedra a pedra, e deixo um forte
encher os olhos nada indiferentes.