Cinzas

Chegou ao fim esse prazer fugaz

E paira atordoado o pensamento,

Há um resquício de arrependimento

Que à luz da razão a consciência traz.

Em todo o ser resplandece um lamento...

Marcas eternas de um amor falaz...

O tempo nunca volta... Ah! Se atrás

Se pudesse voltar por um momento...

E tudo já não é mais fantasia,

A realidade agora contagia

O rosto belo com feições ranzinzas...

Cessou a marcha. Em vão soluça o peito,

O fogo fátuo consumiu o leito...

Ontem carne, hoje pó, agora cinzas.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 04/05/2021
Código do texto: T7247786
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