SOLIDÃO ATROZ

Quando fores dormir, ó saudade tenebrosa

na noite negra insone de uma agonia, e não

tiveres por alcova o ardor e o abraço, senão

o silêncio, uma ausência dum dedo de prosa

Adormeça-te, enxugue tua lágrima medrosa

na vil dor, e me deixe nesta aflitiva lassidão

com o meu pranto e o arfar do meu coração

então, não venhas me consolar aventurosa

O suspiro que tem um confidente em mim

pois, o esbaforir há de adormecer o poeta

da insônia sombria dessas noites sem fim...

Dir-te-ei: de que serve a calma completa?

se os teus estardalhaços, nos faz mais sós!

E ao sentimento, falto, uma solidão atroz...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

01 de maio de 2021 – Araguari, MG

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/v_IlmDI6O9c

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 01/05/2021
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