O riso escondido
(Quem) essa criança de olhos risonhos,
brincando de esconde no meio dos galhos;
o riso insistente que habita os atalhos
e praias borradas dos meus entressonhos.
Amigo presente e esquecido, eu suponho,
nas sombras longevas dum velho borralho,
que emerge e se esfuma por entre os ramalhos
que guardam a entrada do reino dos sonhos.
(Quem) esse menino no roto assoalho
da sala cinzenta que volta em retalhos –
Não sei... Pareceu-me entrever, num clarão,
um quadro de escuras e brancas histórias
da infância que tive; e meu doce irmão,
na casa vazia da minha memória...