Soneto do Amor Perene
Maior que o meu amor só meu desejo
De que este amor não quebre num estalo.
Cansei de sentir dor; agora eu vejo.
Não mais provoco dor; hoje me calo.
A vida, desde então, segue este embalo:
Acato as horas vãs. Nada prevejo.
O tempo, achei melhor não provocá-lo,
E assim contei nas mãos tudo que almejo.
Alguém pode pensar que contradigo
Meu discurso do amor tão corpulento,
E que me embebedei no próprio umbigo.
Eu posso estar confuso. (Quem não erra?)
Mas sei que o amor se firma num momento.
Amor cresce, decresce... e nunca encerra.