Um feixe a mais
A luz que resta, esperançosa e branda,
sozinha em seu clarão, velando o escuro,
não brilha além da porta até o muro,
mas cuida o estreito espaço da varanda.
E numa analogia, também anda
a humanidade assim para o futuro:
o mundo hostil, o ar triste, o tempo obscuro...
e a gente um feixe a mais de luz demanda.
O coração, varanda sempre acesa,
observa as horas, busca outra certeza
para extinguir o abismo que nos priva.
Ah, essa luz que resta é luz divina!
Tanto esse vão pequeno inda ilumina
quanto mantém a raça humana viva.