CORES DO PROGRESSO
A mata vicejava e, cristalino,
o fluido acarinhava a serrania,
levando seus cardumes todo dia
à mesa da família do menino.
Aquela humilde e alegre pescaria
perdeu-se nos meandros do destino,
no ronco dos motores, viperino,
no golpe do machado que aturdia...
Despiram do verdor o vale inteiro
e as águas, transformadas em tinteiro,
às cores do progresso dão passagem.
O agora idoso ajeita seu penacho
e lembra as agonias do riacho:
"ainda me intitulam de selvagem!"