SONETO DE INVERNO

Cai a madrugada fria, lá fora, sem lamento

E, cá dentro, hora em hora, indo a semana

Afora, uivando na janela o soprar do vento

Um cheiro úmido do chão e do chão emana

No cerrado e sobre o torto galho cinzento

O orvalho escorre, e da frialdade dimana

Sobre o vasto horizonte o nevoeiro lento

Sedento, é a invernada em sua total gana

Aí que frio! arde o fogão de lenha, a flagrar

No alarido da madeira chora o fogo doído

Como é bom nesta hora o agasalho do lar

Sob o teu olhar, teus beijos, ternuras feito

Coração aligeiro, abrasado, amor querido!

E, eu prazido, me aquento no nosso leito...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

18/04/2021, 04’57” – Araguari, MG

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/2LfgLfLmDfg

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 18/04/2021
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