Remorso

Olho às vezes meu rosto macilento

No espelho, após perder as alegrias,

E eu o vejo submerso em desalento

A recordar a jura que fazias:

Juraste-me um amor puro e opulento;

Mas ao me entregar às tuas carícias,

Partiste, e eu, em medonho sofrimento,

Fiquei a buscar-te em noites de orgias.

Sim, por essas soturnas noites vagas,

Busco sentir, pra me curar as chagas,

Teu calor noutros corpos sensuais;

Mas a ti meu amor se mantém fiel,

Pois nesses corpos só sinto um fel ,

Uma outra dor nascendo e nada mais.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 17/04/2021
Código do texto: T7234066
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