Remorso
Olho às vezes meu rosto macilento
No espelho, após perder as alegrias,
E eu o vejo submerso em desalento
A recordar a jura que fazias:
Juraste-me um amor puro e opulento;
Mas ao me entregar às tuas carícias,
Partiste, e eu, em medonho sofrimento,
Fiquei a buscar-te em noites de orgias.
Sim, por essas soturnas noites vagas,
Busco sentir, pra me curar as chagas,
Teu calor noutros corpos sensuais;
Mas a ti meu amor se mantém fiel,
Pois nesses corpos só sinto um fel ,
Uma outra dor nascendo e nada mais.