Riacho

Em tuas margens, casas não se viam,

Nem o sol era brando como agora,

Seus raios eram mais fortes e, outrora,

Searas e rebanhos existiam.

E as tuas águas de cristal desciam

A espalhar vida, colorindo a flora;

E hoje, em teu bojo, a água impura deflora

Os bosques onde as Ninfas se escondiam.

Ah! Mas o viajante que ainda para

E com saudade te olha por prazer

Certamente verá um lindo prado,

Tuas margens sem casa, uma seara,

Um sol mais belo, a água pura a descer,

Um vaqueiro e um rebanho do meu gado.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 16/04/2021
Código do texto: T7233505
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