Riacho
Em tuas margens, casas não se viam,
Nem o sol era brando como agora,
Seus raios eram mais fortes e, outrora,
Searas e rebanhos existiam.
E as tuas águas de cristal desciam
A espalhar vida, colorindo a flora;
E hoje, em teu bojo, a água impura deflora
Os bosques onde as Ninfas se escondiam.
Ah! Mas o viajante que ainda para
E com saudade te olha por prazer
Certamente verá um lindo prado,
Tuas margens sem casa, uma seara,
Um sol mais belo, a água pura a descer,
Um vaqueiro e um rebanho do meu gado.