QUERER DE AMOR
Não te gosto senão porque te gosto,
E de gostar-te a não gostar-te me atrevo,
E pelo desgosto de não ver teu rosto,
Meu coração eu congelo e entrevo.
Carência de ti só porque te quero
E querer-te sem ter-te é flagelo,
Esta vida sem vê-la eu desquero,
Porque quero esse rosto singelo.
Talvez eu busque para ti, as flores de maio,
Enquanto por ti, palpito e desmaio,
Cantando na chuva entre trovão e raio.
E se morro, morrerei de amor,
E morrerei de amor porque te quero
Porque te quero amor, com espinho ou flor.
Ênio Azevedo
Não te gosto senão porque te gosto,
E de gostar-te a não gostar-te me atrevo,
E pelo desgosto de não ver teu rosto,
Meu coração eu congelo e entrevo.
Carência de ti só porque te quero
E querer-te sem ter-te é flagelo,
Esta vida sem vê-la eu desquero,
Porque quero esse rosto singelo.
Talvez eu busque para ti, as flores de maio,
Enquanto por ti, palpito e desmaio,
Cantando na chuva entre trovão e raio.
E se morro, morrerei de amor,
E morrerei de amor porque te quero
Porque te quero amor, com espinho ou flor.
Ênio Azevedo
(Baseado em uma das poesias de Pablo Neruda)