Tempos de Instagram II
Vai roubando meu tempo e meu tudo,
Mas não vejo, não percebo a mudança;
Pois isso me dá também a esperança
De amor, de carinho, de paz e escudo.
E vou entrando na macabra dança,
Julgo-me ainda um alguém sortudo
Por ter todos de mim perto, contudo,
Não tenho ninguém pela vizinhança.
E as linhas que guiam minhas mãos
Começam a guiar meu coração,
E, aos poucos, vou perdendo meu querer;
Porque junto a mim tem outros cem,
Tantos outros querendo ser alguém,
Mas uma multidão não faz um ser.