Solitária

Nas brumas langorosas repousavas,

Teu semblante de etérea palidez.

Ó lua que a noite abrilhantavas,

Solitária em profunda soturnez.

Tinhas na face a casta lividez

Dos lírios e das rosas já fanadas,

O silêncio e também a morbidez

Das ermas e sombrias madrugadas.

Ai, quando vi-te branca, passageira,

Numa noite entre brumas derradeiras,

Que feriste-me o semblante de agruras...

E entre a sombra funerária e tremente,

Partiste, solitária, novamente,

Vagando sobre as pétreas sepulturas.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 12/04/2021
Código do texto: T7230370
Classificação de conteúdo: seguro