Soneto de Fundo de Quintal

Namorar as paisagens mais que belas,

Ouvir da natureza seu gemido;

O lavrador suado, em alarido,

Arriscando as toadas mais singelas.

Absorver todo o eflúvio das estrelas

Sobre as rosas ou no ar amanhecido,

Admirar mesmo o vento desabrido

A bater incessante nas janelas.

Abraçar os alísios à tardinha,

Quando o sol se debruça e dá à vinha

E ao horizonte calmo a cor do mel,

Depois no ateliê em alto adro

Misturar tudo, sorrir; eis o quadro

Pintado com palavras no papel.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 12/04/2021
Código do texto: T7230134
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