MUSIQUITO

CAPÍTULO I - RISCO DE MORTE

Mamãe, ainda bem que tenho muita sorte!

As mãos humanas queriam logo me acertar!

Quase, mamãe, que fui pros braços da morte,

Porém de todas elas eu consegui escapar.

Que chato! Mal começo a tocar, sou insultado.

Queria sim depois de ter tocado, ter pedido bis.

Na verdade, é só terminar para eu ser execrado.

Tal hostilidade humana me deixa bastante infeliz.

Depois da musicalidade exposta, preciso me alimentar.

Novamente a minha vida é colocada em grande perigo,

Se não chupar sangue, como noutro dia poderei voltar?

Enquanto usarem o corpo contra mim, juro, estou salvo.

Pior é se vierem com veneno, aí o outro lado será meu abrigo

(Céu dos mosquitos), pois é certo meu falecimento como alvo.

CAPÍTULO II – FASCINAÇÃO PELA MÚSICA

Mamãe, gostaria de ser um músico que lindamente toca.

Eu escuto muitos humanos produzindo sons maravilhosos,

Com os instrumentos que fazem, às vezes usam até a boca;

Mas já ouvi também humanos produzindo sons horrorosos.

Aos sons agradabilíssimos os humanos o nome de música dão.

Já os desagradáveis recebem o nome de ruído ou desafinados.

Há diversos tipos de instrumentos, sonoridades e composição.

Aula de música para aqueles cujos sons são mal executados.

Como desejaria tocar harmoniosamente e no tom certo...

Ver o êxtase em mim e nos ouvintes com minha execução

Para depois sentir aplausos, assovios, elogios bem de perto.

Jamais na minha vida ouvi uma ideia assim tão absurda.

Não produzimos música e sim zumbidos desafinados; então

Uma coisa é certa: prefiro ouvir tal sandice do que ser surda.

CAPÍTULO III – QUESTIONANDO O DETERMINISMO

Mamãe, os humanos constroem instrumentos vibratórios.

Geralmente são de cordas e se utilizam dedos ou varetas

Para fazer vibração na corda e produzir sons satisfatórios,

Rítmicos. A vibração também pode ser feita com palhetas.

A gente zune devido ao bater das asas em alta frequência

Nosso zunido traz para os humanos um som bem irritante.

Irritação em excesso vai se resultar em falta de paciência,

A nossa vida com os homens estará em perigo constante.

Não quero ter mais para mim esse destino tão cruel.

Quero morrer somente quando de Deus for a vontade,

Mas até lá quero deixar em vacância meu lugar no céu.

Os humanos não sabem nada, em tudo tem que aprender.

Os homens que sabem algo ensinam a outros a habilidade,

São chamados de professores e socializam o seu rico saber.

CAPÍTULO IV – DESEJO ILÓGICO

Eu não sei onde você quer chegar minha amada filha!

Na combinação de sons, mãe, para torná-los harmoniosos.

Os homens ensinam músicas, mãe! Quero sair da forquilha.

Os mestres podem me ensinar a produzir sons prazerosos.

Assim viverei de forma duradoura e com qualidade de vida.

Poderei voar e zunir em qualquer lugar, sem ser enxotado.

Sentir o orgulho de mim por ser uma criatura tão querida.

E quando quiser alimentar-me, a comida me será doada.

Aqui, no final da rua, tem um professor nessa especialidade.

Ele é muito requisitado por outros humanos por ser muito bom.

Você não quer vir comigo e assim como eu mudar essa realidade?!

Minha filha, você sabe se comunicar com os humanos... sabe?

O que eles pronunciam é incompreensível a mim qualquer som.

Não se iluda! O bom senso pede que esse seu desejo ilógico acabe.

CAPÍTULO V – DETERMINAÇÃO

Mãe, vou tentar! O não já tenho! Não me custa nada tentar!

Há uma escola de música no final da rua em que moramos.

Agorinha mesmo mudarei para lá e o meu plano executar.

Mãe, se não der certo, volto e sobre isso não mais falamos.

Sei que não será fácil, tomara que eu obtenha grande sucesso.

Quem sabe, mãe, eu não possa lhe ensinar tudo que aprendi...

Filha, desejo-lhe tudo de bom nesse seu aventureiro egresso.

Eu fico tranquila porque você não estará longe e sim logo ali.

A pernilongo filha vai morar na escola de música dos humanos.

Tomara, meu Deus, que no final saia tudo conforme eu sonhei.

Não pode haver, de minha parte, erros, corpo mole ou enganos.

Terei que ser uma aluna muito estudiosa, aplicada, incisiva.

Eu não posso desistir com nenhuma dificuldade, imaginei.

Quero ser uma instrumentista com atividade para lá de ativa.

CAPÍTULO VI – PRIMEIRO OBSTÁCULO

Agora na escola de música o pernilongo começa os estudos.

Escutando o diapasão ele vai tentando produzir o som igual.

O aluno humano do professor também. Os sons saem trombudos.

Nós dois vamos nos esforçando. Apesar de irmos na aula bem mal.

No começo é assim mesmo. O professor pede para não desistir.

Seja resiliente. Treine muito. Só assim chegará a um bom resultado.

Fiquei com o som do diapasão na memória. Eu tenho que insistir.

Não posso bater as asas como fazia antes. Tem que ser mudado.

Com diversos movimentos de asas vou tentando. Oh, glória!

Encontrei o tom exato produzido pelo diapasão do professor.

Volto ao novo bater de asas. É igual ao som na minha memória.

O meu primeiro passo foi dado. Pronto para novas investiduras

Na aula seguinte o professor ensina o solfejo. Que encantador!

As notas musicais são externalizadas em suas harmoniosas alturas.

CAPÍTULO VII – OUTROS OBSTÁCULOS

O pernilongo trocou a noite pelo dia. Eis agora sua nova rotina.

De manhã dorme. A tarde se alimenta. A noite treina e estuda.

Hoje o tema da aula é partitura. Assunto que ao inseto fascina.

A linguagem escrita e universal da música diante dele se desnuda.

O aluno humano diante dessa matéria se mostra muito aplicado.

Por ser da raça humana usa recursos materiais feitos pelo lente.

Todavia para o pernilongo fêmea estudar, tudo é mais complicado.

Ele não é gente. Fica no anonimato. Sem nenhum material decente.

As duras penas mesmo a muriçoca vai se adequando ao ensino.

Mesmo com toda dificuldade, o pernilongo-fêmea não desiste.

Segue firme no objetivo de mudar completamente seu destino.

A cada estudo e treinamento ele vai como aprendiz melhorando.

Um dia conseguiu tocar música humana. Algo tão belo não existe.

Após e durante a execução a felicidade imensa foi lhe dominando.

CAPÍTULO VIII – SAINDO DO ANONIMATO

O pernilongo-fêmea sai para alimentar-se. Está bastante faminto.

Passa pelo educador musical que nota um som belo, divergente.

Este possui ouvido absoluto. Ele consegue ouvir o sonido distinto,

Mesmo na frequência de um só mosquito. O som é bem atraente.

Devo estar doido! O som é uma música: Carinhoso, de Pixinguinha.

Essa música passei ontem para o meu aprendiz! Como pode ser?

Mosquito que não zumbe e sim produz música! É mentira minha?!

Tenho que encontrar tal muriçoca, se não louco acreditarei parecer.

De tanto procurar, encontra o inseto, o seu ótimo aluno anônimo.

Pega um lenço e atira no pernilongo-fêmea. Será que é verdade?

Como esse bicho conseguiu fazer um som musical tão parônimo?

Carinhoso de Pixinguinha! Ele emitiu os acordes quase perfeitos.

Para iniciante está maravilhoso. Teve pequeninos erros é verdade,

Imagino que em breve o pernilongo não cometerá tais defeitos.

CAPÍTULO IX - APRISIONADO

O pernilongo é colocado com muito zelo dentro de um paliteiro.

Como esse bichinho desenvolveu a técnica de produção musical?

Não sei me comunicar com ele. Meu desconhecimento é grosseiro.

Não sei nada de animais; de pernilongo e demais inseto, babau!

Não entendo o porquê de em um paliteiro eu ser aprisionado.

Mas não vejo maldade ou avareza na fisionomia do professor.

Contudo, todos sabem que o homem é um ser excomungado.

Não respeitam as leis naturais e nem de Deus seu superior.

Toco uma canção dentro do paliteiro. O mestre o destampa.

Vejo na cara dele um espanto enorme misturado com alegria.

Mais uma música que ensino aos alunos: de Caetano, Sampa.

Sob o domínio da minha música, o professor está entregue.

Creio estar ele se deliciando com a minha suave sintonia.

Isso fará com que em cada nota produzida ele se apegue.

CAPÍTULO X – MUITO BOM ALUNO

Eu saio do invólucro em que fui aprisionado. Livre agora estou.

Outra canção toco: “Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós...”

O mestre fica mais extasiado. O zumbido chato você abandonou!

Agora toca músicas que ensino. Adeus zumbido seu grande algoz.

Que doideira! O pernilongo é meu aluno, não há outra explicação!

E muito bom, por sinal. Como ele aprende, não sei; mas aprende.

Por não ter voz, usou as aulas de teorias musicais, desde então;

Matéria esta que alunos humanos custam aprender, para ele rende.

Meu amiguinho, não se chateie comigo. Vou lhe tirar a privacidade.

Sendo meu aluno, quero entender o processo do seu aprendizado.

Assim, eu posso lhe ensinar música ainda de maior complexidade.

Meu Deus! Tomara que eu não esteja doido ou tendo alucinação.

Se o que está acontecendo for verdade, o mundo ficará pasmado

Não sei se a humanidade saberá lhe dar com essa notável situação.

CAPÍTULO XI - A ROTINA DO MEU ALUNO

Chamei um outro professor para me substituir no dia seguinte.

O amanhã vira hoje. Resolvo seguir a vida do meu aluno inseto.

Queria dormir a manhã toda, mas sua dedicação é um requinte

Memoriza tudo. De tarde vai em busca do seu prato predileto.

Depois de alimentado, vai treinar porque repôs sua energia.

Á noitinha vai assistir mais aulas. Infelizmente elas terminam.

A escola fecha. Não vou para casa. Continuo lá com a vigia.

Escuto o pernilongo praticar tudo que os professores ensinam.

Treina exaustivamente. Depois vai fazer revisão de tudo.

Esgotado pelos estudos, o pernilongo tira o seu cochilo.

Eu aproveito e vou dormir sob um cobertor bem felpudo.

O professor substituto ficará mais um dia na minha escola.

Quero chegar a conclusão exata de tudo que vi, já tranquilo,

Amanhã retomarei todas as minhas atividades bem gabola.

CAPÍTULO XII – A NOVA TESE

Será que esse pernilongo musical pode ensinar música aos seus?

Vou pegar algum da mesma espécie para obter uma resposta.

Na minha opinião, creio que sim. Ele consegue tirá-los dos breus

Porque daqueles zumbidos dos pernilongos, ninguém gosta.

Tenho a impressão de que nem eles mesmos gostam também.

Outra coisa que indago é o que fazer com esses insetos agora?

Os pernilongos musicais podem ser empregados para o bem.

Como? Onde? Por enquanto a minha mente para usá-los ignora.

Vejo que precisarei de um entomólogo, especialista em insetos.

Assim arranjaremos para os pernilongos musicais boa utilidade.

Se der certo, os zumbidos deles extinguirão, por ficarem obsoletos.

Eu já capturei quatro pernilongos para comprovar a minha tese.

Amanhã retorno à escola e às aulas, com muita curiosidade...

Que meus questionamentos tenham uma conclusão que preze.

CAPÍTULO XIII - NÃO ESTOU MALUCO

Três dias depois o professor vai olhar o que está acontecendo.

Ele fechou a escola de música; só que não foi para sua casa.

Escuto som do pernilongo ensinando e de outro aprendendo.

Eu não posso acender luz agora, senão cada um deles vasa.

É fantástico o que está acontecendo. Será que estou maluco?

Tenho que ter certeza da minha sanidade! Como farei isto?!

Testemunhas! Preciso provar que não estou ficando caduco.

O pernilongo terá que tocar na frente das pessoas pelo visto.

Já sei! Vou marcar um ensaio com todos no mesmo horário.

Direi aos alunos que faremos nossa primeira apresentação.

Durante o nosso ensaio faremos um silêncio temporário.

Assim todos ouvirão o pernilongo na sua musicalidade.

Garanto que os presentes ao ouvirem, surpresos ficarão.

Então terei a certeza que não estou maluco de verdade.

CAPÍTULO XIV – O ENSAIO

Todos os alunos da escola vieram alegres para o ensaio.

Enquanto isso, eu estava apreensivo com o pernilongo.

Será que o inseto tocará? Será que haverá desmaio?

A minha ansiedade faz com que o tempo seja longo.

No auge do ensaio, o professor pede silencio absoluto.

A música continua sendo tocada mesmo com a interrupção.

Todos os presentes ouvem o som do pernilongo resoluto

Com muito espanto. Não sei o que virá após esta reação.

Depois do susto, o que reinou foi encantamento e curiosidade.

Como pode um pernilongo apresentar tão maravilhoso dom?

Que talento! Todos foram atrás do mestre em busca da verdade.

O professor disse que não sabe como tudo isso aconteceu,

Mas que não podia ficar guardando aquela fantástica novidade.

O consenso de todos é de manter o segredo do que ali ocorreu.

CAPÍTULO XV – O LEGADO

O ensaio não chegou ao fim. O pernilongo foi o causador disso.

Todos se questionavam o que fazer com o pernilongo musical.

O professor deu e ouviu sugestões, apesar de tanto reboliço.

O ensaio, ou melhor, a urgente reunião chegou ao seu final.

O pernilongo sabia que algo estranho estava para acontecer

E que se referia e ele. Será alguma coisa muito boa ou ruim?

O professor de música não trazia nenhuma maldade em seu ser.

Não sei como explicar, mas tenho comigo que ele cuida de mim.

O “futuro a Deus pertence” e o bicho homem é bem complicado...

Logo deixa-me viver para não dar asas a qualquer preocupação.

Tenho alguns alunos pernilongos para deixar aqui o meu legado.

A noite abraça ainda mais a treva. Tudo está bastante escuro.

A maioria das espécies dorme. Os pernilongos da escola não.

Essas altas horas da noite tornava o ensino para eles seguro.

CAPÍTULO XVI – O DIA DA APRESENTAÇÃO

Chegou o momento dos alunos mostrarem seus aprendizados.

A plateia estava bem vestida para ver aqueles novos talentos.

Ela era formada de parentes, amigos e de especiais convidados.

Estavam ali no show de seus pupilos cheios de contentamentos.

Cada apresentação, assovios, aplausos, gritos e sorrisos, provocava.

Os futuros artistas sentiam-se estar nos maiores palcos do mundo.

O silêncio reina. A luz apaga. Ocorre o que a plateia não esperava.

Uma canção tocada de modo diferente. De onde o som é oriundo?

A frequência é parecida com a dos pernilongos. Mas não pode ser!

Os pernilongos não produzem músicas e sim terríveis zumbidos.

Quando as luzes da escola acendem, só vendo mesmo para crer.

Os olhos arregalam. Ouvidos aguçam. Bocas arredondam como ó.

Um pernilongo executa canções famosas e de cantores conhecidos.

Não é truque! O pernilongo toca mesmo! E ele toca bem que só...

CAPÍTULO XVII – INTERESSEIROS

Mal acabou a apresentação, o professor ficou rodeado de gente.

Todos queriam saber tudo do pernilongo músico. Tintim por tintim.

Ofereceram muito dinheiro ao mestre e cada proposta indecente...

Até ameaça de morte ele recebeu se não cedesse o bicho, enfim.

Os alunos músicos ficaram no anonimato após suas apresentações.

Apesar disso eles estavam resolutos em proteger o inseto artista.

Colocaram o pernilongo no paliteiro mesmo sobre fortes emoções.

Entregou a um amigo do professor cujo nome nem estava na lista.

Esse amigo saiu imediatamente e de forma não levantar suspeita.

Assim que chegou em casa, destampou o vidro com todo cuidado.

Não se assuste amiguinho, eu também sou uma pessoa direita.

Comigo você estará bem seguro, não lhe farei nenhuma maldade.

Está me entendendo ou estou aqui fazendo papel de retardado?

Como me comunicar com você? Eis a causa da minha infelicidade.

CAPÍTULO XVIII – MUDANÇA DE REPERTÓRIO

Esse pernilongo não sabe mais zumbir. O zumbido para ele é feio.

Saindo do paliteiro o inseto executa uma extraordinária canção.

Ah, meu amiguinho! Que maravilhoso! Sabe qual é o meu receio?

Que você só aprende a tocar música de adulto; e infantil não!

O meu amigo professor contou-me tudo que sabia a seu respeito.

Darei os mesmos passos dele, amiguinho, para que não estranhe.

Tenho uma playlist de canções infantis. Tomara que ache um jeito

A esse novo estudo, a fim de que, em meu serviço, me acompanhe.

O repertório é bem variado. MPB, canções folclóricas e regionais.

As músicas infantis tirou de letra. Foram aprendidas rapidamente!

Para facilitar os estudos do inseto, as músicas eram instrumentais.

Ô glória! Se assim continuar, o talentoso inseto trabalhará comigo.

As crianças dos hospitais terão uma grande surpresa. De repente

Com o novo espetáculo esquecerão que suas vidas correm perigo.

CAPÍTULO XIX – O MUSIQUITO

Na ala infantil há duas crianças que estão numa tristeza imensa.

Elas vão iniciar quimioterapia e a autoestima delas está lá no chão.

O musicoterapeuta chegou. Tomara que elas fiquem menos tensa

Com o trabalho desse especialista que irá alegrá-las desde então

Encontro as mães e as crianças bem tristes, entregues a melancolia.

Apresento-me as minhas novas pacientes por simples formalidade.

Libero o pernilongo para que ele cumpra a missão com maestria

E assim a tristeza delas sair do ambiente com a maior dignidade.

As tristes mães e as crianças com a novidade ficam encantadas.

É o pequeno inseto que toca música mesmo, não tem armação!

As angústias das presentes agora foram bastante anestesiadas.

Você viu, mamãe, você viu! Que legal que o doutor nos trouxe!

É a primeira vez que vejo de pertinho um bichinho musiquito!

O pernilongo gostou do substantivo, mesmo que diferente fosse.

CAPÍTULO XX – FIM DE EXPEDIENTE

Terminada sua apresentação o pernilongo-fêmea estava faminto.

Esticando o dedo, o musicoterapeuta diz: venha receber seu cachê.

O inseto aceita o pagamento e pousa direto no dedo do distinto.

Agora, de pertinho, todo mundo consegue o pequeno artista vê.

Menininha, acaba de dar um nome a ele e um nome bem bonito.

Antes o chamava apenas de pernilongo ou então meu amiguinho.

Amei o nome que deu a ele. Também vou chamá-lo de Musiquito

Mosquito que toca música com muita dedicação e muito carinho.

Mães e filhas, preciso que sobre o Musiquito guardem segredo.

Assim poderei trazê-lo aqui todo os dias em que eu vier visitá-las.

Por que não podemos falar sobre o Musiquito? De que tem medo?

Menininha, quem não quer trabalhar com meu pequeno amigo?

Se vocês contarem, alguém pode querer tirar o Musiquito de mim

E quem sabe até fazer maldade com ele! Existe sim esse perigo.

CAPÍTULO XXI – A MARCHA DA VITÓRIA

Ninguém quer que nada de ruim aconteça ao pernilongo tocante.

Queridas, serve para vocês também mães, viremos mais vezes aqui.

Queremos vê-las alegres como a estamos deixando neste instante,

Assim teremos que enfrentar um só inimigo e depois dizer: venci.

É a primeira vez que farei isso com Musiquito, não sei se dará certo.

Meu amiguinho, quer trabalhar comigo na área da saúde humana,

Para vivificar aqueles cujas doença trata o viver como algo incerto.

O Musiquito executa uma música que rapidamente comigo irmana.

A Marcha da Vitória tocada quando Ayrton Sena as corridas vencia.

Voa próximo do musicoterapeuta, das mães e das jovens pacientes.

Ele disse sim com esta canção que nos trouxe e traz grande alegria.

As visitas do musicoterapeuta e Musiquito, trazem muita galhardia,

Às pequenas enfermas nos procedimentos médicos tão dolentes.

Tomara que as meninas consigam vencer o câncer e a sua vilania!

CAPÍTULO XXII – DANADINHA!

A mãe do pernilongo-fêmea foi a escola de música visitar a filha.

Veja só que ingrata! Desde que saiu de casa nunca mais me visitou.

Parece que ela é órfã. Mas a farei novamente ler na minha cartilha.

Não fazer uma visita se quer a sua mãe! Será que me abandonou?

Os pernilongos alunos contou a mãe tudo que na escola ocorrera.

Quer dizer que a minha filha virou músico e ajuda a salvar vidas...

Conseguiu realizar o sonho. Recompensa para quem persevera.

Pena que a danadinha tem que se apresentar quase às escondidas!

Ainda bem que ela adquiriu bons amigos e seres humanos dignos.

A nossa sobrevivência depende do amor, solidariedade e respeito.

Sem estes três requisitos, somos presas fáceis dos seres malignos.

Os olhos maternos enchem-se de lágrimas de pura felicidade.

Sua filha aparece na escola para visitar seus amigos e pelo jeito

A mãe está orgulhosa da filha de ter o sonho virado realidade.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 12/04/2021
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