II - Retrato

Por vezes, no palácio da tristeza,

Ressinto todo o tempo rebentado

Em cada verso morto e desolado

Que solto como folha à natureza.

Aos mares recheados de incerteza,

Vestindo o meu sorriso amordaçado...

No mais profundo leito abarrotado

Resguardo o teu retrato de vileza.

Recebo, de presente, as minhas dores,

As rubras marcas vindas dos alvores,

Que vivem, tristemente, no meu pranto.

Rendido ao panorama da sentença,

Desprezo, morto-vivo, tal presença,

Enquanto me disperso neste canto...

* Da antologia "Lira da Morte".

* Também presente na antologia "Escola Revivalista".

Gabriel Zanon Garcia
Enviado por Gabriel Zanon Garcia em 11/04/2021
Reeditado em 28/08/2022
Código do texto: T7229685
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