II - Retrato
Por vezes, no palácio da tristeza,
Ressinto todo o tempo rebentado
Em cada verso morto e desolado
Que solto como folha à natureza.
Aos mares recheados de incerteza,
Vestindo o meu sorriso amordaçado...
No mais profundo leito abarrotado
Resguardo o teu retrato de vileza.
Recebo, de presente, as minhas dores,
As rubras marcas vindas dos alvores,
Que vivem, tristemente, no meu pranto.
Rendido ao panorama da sentença,
Desprezo, morto-vivo, tal presença,
Enquanto me disperso neste canto...
* Da antologia "Lira da Morte".
* Também presente na antologia "Escola Revivalista".