Soneto da dor que não passa

Quando a gente se apavora,

Coração bate mais forte.

A gente fica sem norte

E acha que já é a hora

Da partida, sem demora...

Adiar foi grande sorte,

Visto que da vida a morte

É mesmo grande senhora...

Neste tempo tão sofrido,

Apavorar é rotina

Do viver menos vivido...

Bons tempos do mal vencido,

Com remédio e com vacina,

Inda que tão iludidos!