VIDA
Nesses cinco decênios e oito anos,
Singrei rios de sonhos, fiz caminhos,
Desenhei versos simples, bordei planos,
Enlinhei-me em garranchos com espinhos.
Os enigmas da vida, em pergaminhos,
Desvendá-los não posso. Os meus enganos
Invalidam meus dotes adivinhos,
Apesar dos esforços sobre-humanos.
Nessa estrada, escalo e desço rampa,
Se um desgosto amarrota minha estampa,
Me refaço ao surgir nova alvorada...
Sem remorso, cavalgo pela vida,
Sem vislumbres do ponto de partida,
Sem as luzes da linha de chegada...