AMEI-ME
Seu nome podre... eu não conjuro
Adormeço meus sentidos na paz,
Espólios desta vida que se refaz
No intimo d'alma do sentido puro.
Sepultei meus demônios, eu juro.
No sertão antes da chuva eles jaz,
O medo nas asas faz-me incapaz
De abri-las e seguir até o arcturo.
Doces sonhos eram meus pesadelos
Lavei-me de sangue para perde-los
Por olhos de liberdade... achei-me.
O diabo que prendeu meu tornozelo
Morreu pelo toque, manso, de zelo,
E no reflexo de um amor, amei-me.