Taciturna Intimidade
O fim jubiloso não se apresenta neste drama,
Na esperança que retorna, todavia, arrefece,
Feito um moribundo, que tão logo emudece,
Agora, anseio a morte desta virulenta flama.
Para que vou desvelar o amor a quem não ama?
A teia do desamor sempre idealiza, e então tece,
Crê que o amor na vida duas vezes não acontece,
Validando todo o fel, que no seu âmago inflama.
A apatia, cíclica, toda vez blasona, ergue, ostenta,
Mesmo no ímpeto de uma atração ávida, violenta,
Imerge num oceano infausto e de austeridade.
O afeto, que um dia aduziu em tamanha profusão,
Mas perante tantos pecados, rechaçou a remissão,
Ainda habita nos confins de sua taciturna intimidade?