Novas Lágrimas

Queria um paraíso aqui na terra,

Para tanto os grilhões o têm forçado

E a seguir segue tal qual um soldado

Marchando lentamente para guerra.

Em seu olhar nenhuma causa encerra.

Basta o viver neste instante, saciado,

Quem não conhece o fruto do pecado

A si, se desconhece; a si, se aferra.

Sendo assim em noitadas se esparrama

E não pensa no fim nem na colheita

Fará que, espedaçado e roto em lama.

Mas quando acorda, acorda - Que má seita! -

Naqueles jorros trágicos derrama

Toda a dor moral que foi desfeita.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 04/04/2021
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