Amerissagem

Num voo sem rumo, mas com objetivo,

Ele partiu; do mundo todo a ciência,

Desejava a seus pés e, com veemência,

Do próprio sonho se tornou cativo.

Seu espírito, ainda muito altivo,

Renunciou a tudo. A grande essência

Do seu viver estava na sapiência

E assim se fez absoluto e obsessivo.

E no voo que fez, muito alcançou;

Mas fútil foi ao mundo o sapiente

Que a toda criatura abandonou...

Na pobre lucidez de um demente,

Tenta o regresso à vida que deixou,

Mas nunca pousa em nada consistente.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 03/04/2021
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