BOTO UM PANO
Há muito... Q'eu não escrevo um soneto,
Constrange minha alma, até em prantos,
Porém, eu murmurava, eu "prometo,"
Bradar por céu e ares o meu lamento!
Ainda que de amor minhas palavras,
Soando no firmamento, canto a canto,
Retumbe em tu'alma a dor que trava,
Juro: sobre teus ombros por o manto!
Há muito... Q'eu não escrevo, há encantos,
De prantos minha alma constrangida,
Sim! Sonho esse, que aflige tanto tanto!
Por quanto... E, até quando inda fingida?
Acorda! Que ressoe noites e ventos,
Ponho o manto... Inda que desmilinguida!