SONETO DO DESEJO E DA VERDADE

Eu quero você sempre disposta

Mais e mais por mim cada vez ardente

Com o corpo todo, inteiro, à mostra

Perdida, presa entre meus dentes.

Que não te tornes nunca calada

Ou porventura tão preguiçosa

Quando do gozo encaminhada

Mostra-se sempre tão caprichosa.

Atenda, então, meus claros pedidos

Deusa cruel de meu parco temor

Não me deixe pobre assim perdido

Sou fraco e vão diante tamanha dor

Um frágil lajedo quebradiço

Ligado como imã, preso ao teu amor.