Acorda, acorda!
e me vi ali, perdido comigo, procurando abrigo nas vielas da minha mente,
com curativos e remendos cheios de marcas de um passado recente,
onde estou e pra onde vou? olho pro espelho e ele nada mostra,
quem sou eu e o que será que me ocorreu que até minha imagem se prostra?
onde me perdi, onde nos perdemos, eu e meu antigo eu,
perdidos, cansados sempre e com sorriso ausente, você já percebeu!
Irineu? ninguém suporta essa carga, sobrecarga e descarga,
acorda, acorda! já é tarde, me deixa dormir até amanhecer a manhã amarga.
eu me olho enquanto durmo, oras, mas eu não durmo, esqueceu?
com quem falas? acorda, acorda! não tem ninguém contigo;
agora eu sei, preciso saber afinal, na verdade o que aconteceu,
então fomos nós que fizemos isso? você também expulsou seu "amigo"?
acorda, acorda! abre teus olhos e percebe que não há mais, Irineu!;
e daí? e agora tem hora, eu te pergunto, pra viver esse castigo