O início do fim

Este queimor que cresce devagar

me tira a calma. A vista se embaralha,

eu sinto que a respiração me falha,

e o queimor cresce, me tirando o ar.

De início, deixa o pé adormecido

em um formigamento desigual,

depois as mãos, os braços... Tão brutal

perturbação me deixa ensandecido.

O couro cabeludo se arrepia,

a face cora, queima, eu sinto arder

todo meu corpo, em forte comichão.

E esse queimor crescente se irradia

até não poder mais, até romper

dentro do peito, me prostrando ao chão.