Erros
A mata é densa, denso meu peito
Como Adão escondo-me também do céu
Sob o rubro jequitibá do vergel
De desventuras tantas afeito
Entrementes embrenho-me insuspeito
Na noite d'escarmentado véu
No bosque horrível, atro e cruel
Dos crimes todos que eu havia feito
Perco-me na mata dos meus erros
Fugindo presto em insólitos círculos
Toldado na que me traga escuridão
Na minha mente há culpas e berros
Aterrando nímios amores e vínculos
E na mata eu, somente, e a solidão
Limoeiro - 20 de Março.