DIAS UNIVITELINOS
Dias estranhos como suco de polpa,
Do que adianta está cheia a geladeira?
Meu corpo veste esta mesma roupa
Nesses dias gêmeos em todas as feiras.
Dias que não precisavam ser, mas são.
Esses dias cinzas como Paris ocupada,
E nuvens cobrindo o Morro São João,
São dias que não são noites enluaradas.
Eu queria abraçar minha mãe, irmão.
Sair ao encontro dos meus sobrinhos
Correndo com alegria e pipas na mão.
Eu queria nesses dias órfãos de razão
Elogiar a loucura e manifestar carinho.
Eu queria sentir o pulsar dum coração.
Rio das Ostras/RJ, 19 de março de 2021.