DIAS UNIVITELINOS

Dias estranhos como suco de polpa,

Do que adianta está cheia a geladeira?

Meu corpo veste esta mesma roupa

Nesses dias gêmeos em todas as feiras.

Dias que não precisavam ser, mas são.

Esses dias cinzas como Paris ocupada,

E nuvens cobrindo o Morro São João,

São dias que não são noites enluaradas.

Eu queria abraçar minha mãe, irmão.

Sair ao encontro dos meus sobrinhos

Correndo com alegria e pipas na mão.

Eu queria nesses dias órfãos de razão

Elogiar a loucura e manifestar carinho.

Eu queria sentir o pulsar dum coração.

Rio das Ostras/RJ, 19 de março de 2021.

Guilherme Pereira
Enviado por Guilherme Pereira em 19/03/2021
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