MOMENTO DILATADO
A chuva massageia o meu telhado
A luz do raio racha o horizonte
A ventania abraça aquela ponte
Trovão sussurra um timbre deslumbrado
As gotas de poesia lado a lado
Caminham no papel branco espumante
Eu faço da poesia minha amante
E meu momento fica dilatado
Quisera a mão ser firme como outrora
E os olhos enxergarem cedo a aurora
A noite então seria mais ardente
Mas mesmo assim me jogo nestes braços
Nos versos e palavras me entrelaço
Lá fora a chuva esconde o sol nascente