Começo de noite em azul-marinho

Fito o céu de começo da noite quando já é finda a tarde

O sol que resplandecia dá vez às trevas em azul-marinho

Perco-me em ampla liberta vã, embora muito sozinho

Incendeia em mim não mais o sol, outra coisa me arde

Tento entender-me e entro em pânico sem muito alarde

Destinado estou a estranheza dentro de todo ninho?

Todos meus passos parecem em falso neste caminho

Os outros deixei, ás vezes como herói, outras covarde

Deslocado estou, eu sou, onde quer que eu esteja

Estrangeiro, forasteiro, estranho e só na própria terra

Mais um soldado que não entende a própria guerra

Luto só e contra mim mesmo em eterna peleja

A mente e a paranoia o inevitável sono encerra

Aprendiz que não descobre onde sempre erra