Amor real

Um amor real é incandescente

Como vulcão que lança a sua lava

Algo que queima, mas também lava

O acre odor da solidão silente;

E o amargor do sonho que estava

Impregnado do fel do ausente,

É adocicado pelo amor presente,

Anulando o que lhe molestava.

A candura do amor cresce na mente,

Como em um canteiro que a gente lavra

Aduba, rega e lança a semente;

Fecunda no calor do amor em brasa,

Aquecida pelo vulcão dormente

No jardim de quem menos esperava.

OSWALDO DE SOUZA
Enviado por OSWALDO DE SOUZA em 08/03/2021
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