Amor real
Um amor real é incandescente
Como vulcão que lança a sua lava
Algo que queima, mas também lava
O acre odor da solidão silente;
E o amargor do sonho que estava
Impregnado do fel do ausente,
É adocicado pelo amor presente,
Anulando o que lhe molestava.
A candura do amor cresce na mente,
Como em um canteiro que a gente lavra
Aduba, rega e lança a semente;
Fecunda no calor do amor em brasa,
Aquecida pelo vulcão dormente
No jardim de quem menos esperava.