SERENIDADE...
 
No abrigo da clausura do silêncio
serenamente eu me deixo levar,
como exalar do cheiro de incenso,
que na fumaça se esvai pelo ar...
 
Avisto da janela o céu cinzento
e não lamento as agruras do viver.
Tranco o passado no seu aposento,
pra que as feridas não voltem doer.
 
Minha alma como o mar em bonança,
nas fugazes ondas da brandura
revelam a calmaria, mansidão.
 
No ritmo dos segundos a esperança
embarca no veleiro da ventura
e aporta-se no cais do coração.



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