CERNE DA ALMA
por Juliana S. Valis






Quando o sonho conspira no cerne da alma,

Naufragando a saudade no espaço de luz,

Toda fria vontade que nos mede sem calma

Sorri de si mesma e assim nos seduz...





Quando o sonho nos ergue além da verdade,

Além dessa vida que o próprio verso alimenta,

Todo alívio convida ao vento que invade

O sentimento que a luz, em nós, incrementa...




Assim, além do vento e das humanas horas,

De insanos descompassos fugazes, sós,

Onde estará o amor, sem sombras ou demoras ?




Precisamos contemplar mais a alma, em flores, 

Como síncopes tão planas do que somos nós, 

Desaguando, sós, na infinitude em cores.







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