RASTROS DE DOÇURA (Homenagem a Arão Filho)
Sem o candor da inspiração profusa,
a mata verte caudaloso pranto,
o passaredo silencia o canto
e a sombra deita na amplidão, difusa.
A natureza, inconsolada musa,
suplica os mimos, o talento santo
porque, vestida no enlutado manto,
procura as notas da canção, confusa.
A rutilância dos matizes, parca,
envolve os rastros da amorosa marca
levada aos céus em perenal pendão.
Lamentam flores de vergéis tristonhos,
porém, eternos, viverão os sonhos
disseminados pelo doce Arão.
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Minha homenagem ao querido poeta Arão Filho, que nos deixou ontem rumo à morada eterna.