Soneto para Lígia
Depois, Lígia, que me vejo ausente
desse teu lindo rosto anacarado,
Nem já cuido da roça, nem do gado,
que apascentei na relva alegremente.
Triste, aflito, confuso e descontente
suspiro pelo monte levantado,
Mas a causa cruel do meu cuidado
já, mais um só instante, alívio sente.
Parece que o destino rigoroso
com denegria mão fere, e raivoso
Atiça mais meu mal duro e penoso
em vão lamento a forte duvidosa
pois perdi o prazer, sou desditoso
A vida passou triste, e lagrimosa