O QUE VELAS...
Sabes o balançar da chama na vela?
O hipnotizante estado noturno,
Que apenas serve de arrimo infiel,
Então norteia ao nada, ao breu.
Se lembras tal como uma tela...
Deste bailar deveras soturno,
Já sopraste sem apagar o fel...
Em suspiros de um lento adeus.
O balançar parou, não a mazela,
E aquela chama ainda se revela...
Acesa, queimando o peito teu.
Vês agora que no coração ainda velas,
O arder da chama que a ti desvela,
Na igual escuridão na qual me esqueceu.