PROENÇA
PROENÇA
D'olhos verdes, cabelos gris e azuis...
Parecia antes fada do que gente,
Voejando à minha volta displicente
Que nem os vaga-lumes nos pauis.
Talvez de cancioneiros medievais,
Entre as trovas d'amor d'um bardo errante
Houvesse figurado o peito amante
D'aquela bela dama e de seus ais.
O facto é que não era d'este mundo
O amor que me inspirou desde o fecundo
Dia em que, encantadora, m'encantou.
Assim, pelos jardins da fantasia,
Lançando sobre mim sua magia,
Como um raio de luz que me cegou.
Betim - 21 02 2021