Soneto para minha Amada
Ah! amada cruel, Ah! fementida,
Peito mais duro que a rocha mais sólida
os mimosos combates da ternura
não te comovem a alma empedernida
Que te faltas, Pastora desabrida,
Compensar minha fé confiante e pura,
Não te horroriza a feia desventura
Que anda sempre comigo em crua lida?
Acalma-te e veja o que é desdouro da beleza
em manter um coração falto, aleivoso,
nos desprezos d'Amor só com firmeza
mas ah! que o tempo muda, inda ditoso
talvez que venha a ser minha empresa
que nem sempre o desdém é caprichoso