O SONHO, A LEVEZA E O SOL
Lamento. É que o Sonho quebrou-se, afinal,
em ciscos, partículas frágeis ao fundo
- voejos etéreos nos rudes do mundo -
e se desintegram, aos poucos, no céu.
Deixou a Leveza caída no chão
e herbáceas daninhas de abertas gargantas
a afogam de noite. Maléficas plantas!
Ai, quase se entrega, sem asa, sem ar.
Mortiça Leveza jamais se sustenta
sozinha, sem Sonho, o anteparo de asinha,
que nada consegue, em estado de pó!
Acalmem-se! Esperem! Despontam-se do alto
os rudes do mundo, com asas, trazendo
o Sonho de volta, brincando com Sol!