AQUELA FAVELA (terceira alteração)
Diz que a vida naquela favela,
ah, não era cinzenta, bravia.
No cafofo, plantinha à janela,
frente à porta, a roseira floria.
Os moleques faziam folia,
com batuque de lata e panela,
num sambinha de bamba e poesia
pra neguinha de ginga mais bela.
Existia, de vera, a carência,
todavia calmada à esperança
em terreiro de umbanda e novena.
Mas que pena, a favela envenena,
hoje, o sonho de sua criança,
espremido no pé da violência.