Escombros
Um martírio que sinto no meio do coração
avistando o castelo agora desmontado...
Tão elegante afigurava-se, tão perfeito,
e no presente em brusca areia modificado.
Das tonalidades que antes eram luminosas,
sobraram tão apenas os tons mais cinzentos
e das figuras tanto aprazíveis e enganosas,
escombros estéreis beijados pelo vento...
O que virará então desse inocente carinho
desabrochado num epílogo de primavera...
Que líquido dizimará a sua intensiva sede?
Estirado ao chão, sem telhas, nem parede,
castelo fictício e ilusório da desolada quimera
é a sentença desumana de um amor sozinho.