UM FRÁGIL MONUMENTO
A catedral erguida no concreto
de imensas, severíssimas certezas
encontra-se tomada, piso ao teto,
por ervas de daninhas impurezas.
Afrescos de santinhos - só belezas -
e frases ensinando agir correto;
o altar, a cruz ornada com riquezas...
Cobertos por folhinhas, fungo, inseto.
Na catedral dos meus pensares duros,
que, inférteis, pretenderam ser seguros,
abalam-se estruturas, culminâncias...
E de repente, tudo cai-me aos ombros;
sou quase soterrado nos escombros
das minhas ilusórias arrogâncias.