Tempos de então...

Tempos de então...

Carrego no peito uma dor tão carrasca

que chega mansinha causando saudade!

Adentra meu ser como forte nevasca

Trazendo pra mim um sentir sem idade.

A cada estação ela demonstra a verdade

Abrindo feridas, deixando sem casca

Depois traz pra mente um lembrar que me invade

com lágrimas quentes tal qual a borrasca.

Ferindo demais, essa dor, que me arrasta

Pra infância querida, dos tempos tão bons:

Com flores... quimeras... frutos do verão.

Do rio, do lago a saudade não basta.

Parece que vejo o terraço, o portão

Da casa encantada dos tempos de então...

Márcia A Mancebo

07/02/2021