Meu pai
Mais uma vez, à meia-noite, pontualmente,
Quando na cama deito-me para dormir,
Bem devagar ouço a porta se abrir
E meu pai adentra meu quarto, cortesmente.
Ao sentar-se à beira da cama, gentilmente,
Se está feliz ou triste não sei discernir –
Até se resolver que é hora de ir
Lá fica a encarar-me, silenciosamente.
Não me importo de o recepcionar;
De quando em vez a solidão vem me abater,
Então sua presença passei a apreciar.
O que de fato não consigo entender
É COMO pode ele tais atos praticar
Se há dezessete anos veio a falecer!