Cortina do tempo

Cortina do tempo

Foi na madrugada chuvosa e tão fria:

que olhei para a vida com olhos atentos:

Co' as mãos calejadas, sofrida me via.

E triste entendi, todos meus vis tormentos.

A lida pesada deixou — me vazia.

Segui sem ter tino no meu pensamento.

Perdida parei, procurando a magia.

Magia, que embala pra sempre os momentos.

E encontro nas noites antigas, alento.

No meu céu me vejo feliz a colher

Os frutos, plantados sem ter contratempo.

E aquela tristeza se foi com o vento.

Restando nos dias aquela mulher:

Que acorda cerrando a cortina do tempo!

Márcia A Mancebo