Águas cantantes
Águas cantantes
Debaixo da chuva no meio da estrada
No escuro sozinha, com pés encharcados
Me vejo na noite perdida e cansada
Carente de alguém, pra fazer o traçado.
Sentada na grama, sentindo ser nada
Ver tudo ofuscando co'olhar marejado
Revejo a casinha tão linda e arejada
Do tempo menina, no tempo passado.
E os pingos da chuva, trazendo pra mente
A história de vida tão bela sem ais
O afago, o regaço nas noites uivantes.
Manhãs com o sol com brilhar tão ardente,
Com gotas douradas tal qual os cristais
Na beira do rio das águas cantantes.
Márcia A Mancebo