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Que não me falte a Poesia!

 

Enquanto o ocaso da vida se aproxima

Distante deste olhar que foge e não me fita.

Porquanto esteja entregue ao fel desta desdita

Que eu não perca jamais, de meus versos a rima!

 

Apesar das dores o meu viver permite

Não refalsear a minha inspiração.

Nas entrelinhas, que dá vida ao coração,

Pois só consigo compor um Poema triste!

 

Quem sabe, a ventura, de um dia teu olhar

A mim se dirigir, por culpa ou compaixão,

Então há de fluir a bela Poesia!...

 

Minhas mãos não estarão mais tanto vazias,

Que não resistirei a louca tentação

De cair em teus braços, p’ra sempre te amar!

 

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