Não vejam tão de perto...
De tudo e de mim vou suprimindo
o frágil fio de luz da informação.
Fechando os olhos secos, vou seguindo
de estranhas bulas a prescrição.
Sinto meus olhos sombras espargindo,
contaminando o sol e seu clarão.
Qual cego de mentira, vou fingindo
outro mundo e outra solidão.
Meus olhos e a paisagem que sigo
cavam à vida abismo profundo,
contagiando tudo que existe.
Contagioso em meu caminho eu digo,
não quero outra noite neste mundo,
não vejam tão de perto o verso triste.