HUMANO ENXAME
Aterradora a rispidez do caos cidade,
seus automóveis endiabrados, fera aos berros,
a comandarem os zumbis aprisionados,
enquanto afogam avenida em ar de inferno.
Por que viver envidraçado em prédio cinza,
se lá na essência tem um parque vento e verde,
acolhimento alentador que existe ainda
a resistir e, o coração, eleva, acende?
Não tem resposta, a humanidade é inexplicável.
Jamais se amansa, mas se adestra ao jugo imane
e desprezível do que apaga o sol de um homem.
Se a turba é enxame a ferroar-se ao gris urbano,
que bom seria se instilasse o mel das veias
e, em vez de pós, disseminasse, à Terra, pólen.