Pedaços de mim
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Se em mim reside o amor infindo.
E minha voz – que te proclama – é um perene ulular.
Urge-me, ó plena Odes, ao cosmos gritar
No prosaico afã de celebrar o amor pudico da rapariga viçosa, fingindo.
Isto não é digno de mim – seria um meu rompante.
Jamais, doce meiguice, banalizaria tua soberba altivez, teu império.
Ainda que, em devaneio, por um instante.
Imaginas ouvir de mim tamanho vitupério?
Raios me abram a alma abruptamente se assim o fizer.
Porque – bem sabes tu – dama altaneira de qualquer vergel,
Ignomínia, tirana do mais puro e torpe fel.
Nunca celebraste, mesmo em fuga, a desonra da desilusão
Tida por ti como reflexo da irreflexão.
Ontem e sempre serás minha dor, meu mal mister.
Fortaleza-Ce, 28 de setembro de 1999.
15h27min